terça-feira, 31 de março de 2015

CRÓNICA SEMANAL NO «JORNAL NOTÍCIAS DE ESPOSENDE» COM UMA CONVERSA COM O COMANDANTE JUVENAL CAMPOS


JUVENAL CAMPOS HÁ 20 ANOS A COMANDAR COM MESTRIA E DISTINÇÃO OS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE ESPOSENDE

VOLUNTÁRIOS ESPOSENDENSES CELEBRARAM O 124º ANIVERSÁRIO

Os Bombeiros Voluntários de Esposende são uma instituição esposendense, de utilidade pública, superiormente presidida pelo Dr. Agostinho Pinto Teixeira e comandada pelo prof. Juvenal Campos.
Esta semana decidi-me pela visita a esta nobre instituição, precisamente no momento em que celebram os 124 anos da sua fundação, para uma conversa, informal, com o meu caro amigo, comandante Juvenal Campos. Estou certo que desta crónica resultam várias histórias, todas muito interessantes, contadas na primeira pessoa.

Longínquo vai o dia 6 de janeiro do ano de 1891, aquando da reunião de instalação da ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA ESPOZENDENSE”. Este foi o seu primeiro nome, tal como consta da ata lavrada no referido dia. Isto significa que a celebração dos 125 da instituição deverá realizar-se mesmo no dia 06/01/2016.

Mas tal como afirmei no inicio a conversa de hoje teve como objetivo fazer história, descobrindo história dos últimos 41 anos dos Bombeiros de Esposende.

Juvenal Campos, 58 anos, casado, professor em Esposende, está ao comando dos Bombeiros Voluntários de Esposende, há perto de 20 anos (que se completam em setembro), onde é bombeiro há 41 anos. Como se vê estamos a falar de um homem da casa, que como ninguém, melhor conhece os cantos ao… quartel. Nesta minha visita acabei por confirmar aquilo que já conhecia e já sabia existir, que é uma grande camaradagem e uma grande admiração e respeito de toda a equipa pelo seu comandante. Gostei de ver a forma amiga como se tratam e relacionam e estou certo residir aqui um dos principais contributos para o sucesso desta corporação. Juvenal Campos é exímio no comando, tanto no comando das suas equipas, como da própria instituição.

Voltemos às comemorações deste ano para referir que estas se revestiram de grande solenidade e incluíram um programa de atividades que se desenvolveu durante um fim-de-semana e que contou de entre outros com uma formatura geral e hasteamento de bandeiras, uma missa e a tradicional romagem ao cemitério; o desfile apeado em algumas artérias da cidade e os cumprimentos nos paços do município; as condecorações, a sessão no salão nobre e um jantar convívio num hotel da cidade. Das condecorações atribuídas é de destacar a atribuição do Crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses - a mais alta condecoração da LBP a atribuir a bombeiros, ao 2º comandante Carlos Alberto Miranda Alves.

ZONA DE ATUAÇÃO DOS BV ESPOSENDE
A atual zona de atuação natural inclui 9 freguesias, todas a norte do rio Cávado, mas não a totalidade das freguesias que estão a norte. Esposende, Antas, Belinho, Curvos, Forjães, Mar, Marinhas, Palmeira e Vila Chã, pertencentes ao concelho de Esposende, cumprindo os limites da anterior divisão administrativa do País, deixa de fora as freguesias de Gandra e de Gemeses, bem como as 4 que se situam a sul do Cávado e que são servidas pela Corporação dos Bombeiros Voluntários de Fão.

É natural que sempre que solicitados, os Bombeiros de Esposende, e por uma questão de proximidade, também prestem serviço às populações em freguesias limítrofes dos concelhos de Esposende, Viana do Castelo, Póvoa de Varzim e Barcelos. Há ainda solicitações do CDOS de Braga, que solicita a prestação de serviços em todo o país, em missões de proteção civil.

O comandante está convencido que a nova divisão administrativa do país, com a junção da freguesia de Gandra à de Esposende e Marinhas, deve, num futuro próximo passar a ser servida pela corporação que comanda, até porque, segundo diz, as freguesias, à luz da lei são indivisíveis. Estas são questões que não o preocupam até porque deverão ter resolução natural.

Claro que perante esta divisão, fui obrigado a questionar Juvenal Campos, sobre o porquê de as freguesias de Gandra e Gemeses “pertencerem” às Bombeiros de Fão. Na resposta, mais uma curiosidade que desconhecia. Segundo o comandante, no ano de 1980 terá sido realizada uma reunião para decidir a área de atuação das 2 corporações, mas como o responsável de Esposende terá estado ausente, a decisão foi unilateral, tendo assim ficado decidido e ainda hoje a vigorar.

Neste ponto Juvenal Campos fez questão de deixar bem claro que as relações com os Bombeiros Voluntários de Fão, com os seus responsáveis, comando e corpo de bombeiros é uma relação salutar de grande respeito e complementaridade.

MISSÃO DOS BOMBEIROS
Os bombeiros tem uma missão bastante diversificada e abrangente, na ajuda, apoio, defesa e proteção de pessoas, de bens e das próprias comunidades. De salientar a prevenção e o combate a incêndios; O socorro às populações, em caso de incêndios, inundações, desabamentos e, de um modo geral, em todos os acidentes; O socorro e transporte de acidentados e doentes, incluindo a urgência pré-hospitalar, no âmbito do sistema integrado de emergência médica; A emissão, de pareceres técnicos; A participação em outras atividades de proteção civil, no âmbito do exercício das funções específicas que lhes forem cometidas, protocolizada com a Câmara Municipal; O exercício de atividades de formação e sensibilização e a participação em outras ações e o exercício de outras atividades.

De referir que em pouco tempo, talvez graças à crise e ao facto de muitos dos serviços terem deixado de ser comparticipados pelo Estado, a totalidade dos serviços mensais passou de cerca de 1.000 para 300, o que só por si levou a uma acentuada descida nas receitas.

FROTA
A frota da instituição ronda um total de 30 viaturas. A última, recentemente benzida apenas aguarda uma última vistoria para ir para a estrada. Estivemos a vê-la, com equipamento do mais moderno que há, por isso uma mais-valia para a instituição e para todos aqueles que vierem a precisar de ser socorridos. Para além da vistoria aguardam ainda a ajuda há dias prometida pelo senhor presidente da Câmara, Ar.º Benjamim Pereira, para custear, esperam, uma boa parte dos cerca de 60 mil euros que custou. A manutenção das viaturas está a cargo da instituição e não tem necessidade de mais viaturas. Apenas serão adquiridas novas viaturas para substituir viaturas que sejam abatidas pela idade ou por qualquer acidente.

“A MISSÃO A TIMOR, EM 1999, FOI DE UMA ENORME RIQUEZA. JAMAIS A ESQUECEREI”
A Missão de Ajuda Humanitária realizada em Timor Leste, no ano de 2009. Para Juvenal Campos esta foi uma missão marcante, por variadíssimas razões; Pela experiência, única, pelo espírito e objetivo da missão, pela equipa que a constituiu, e pelos Timorenses. Uma missão difícil, mas gratificante, que jamais será esquecida. Juvenal Campos afirma que não hesitou no momento de dizer “sim” o que ajudou ao sucesso da missão, porque entendeu-a como um ato de coragem, para ajudar uma nação e um povo que tudo merecia. Juvenal Campos, passados que estão estes 16 anos ainda se emociona a contar as histórias vividas em Timor. Ficou claro, que valeu a pena.

O MOMENTO MAIS DRAMÁTICO VIVIDO DOS BVE
O acontecimento mais trágico, e por isso mais triste, vivido na corporação foi o acidente de viação, ocorrido no dia 29 de setembro de 1999, com despiste de um veículo florestal de combate a incêndios, que seguia para o combate a um incêndio e do qual resultou a morte de três bombeiros de Esposende, Paulo Alexandre Lachado; José Pedro Martins Torres e Pedro António Silva Sousa. Este acidente de má memória verificou-se em Serzedelo, Guimarães. Não mais esquecerei aquele dia nem o próprio dia do funeral, onde os esposendenses compareceram em massa para dizer adeus aos três “soldados da paz”. No funeral terão estado mais de duas mil pessoas, em solidariedade com os colegas falecidos e com a corporação. Bombeiros, familiares e amigos dos sinistrados, entidades civis e de numerosas Corporações nortenhas e de todo o país. Mais uma vez aproveito para deixar aqui um abraço de solidariedade às suas famílias.

ASSOCIADOS
Contam atualmente com cerca de 3.140 sócios que contribuem com um valor anual aproximado de 17 mil euros. Há uma campanha, em permanência, no website dos Bombeiros, para angariação de novos associados, onde são explicadas as condições de admissão. A joia de entrada é de 1 € e a quota anual é de 10€ por associado. A inscrição deve ser feita no quartel, ou junto de um dos cobradores da associação.

Bem, mas quais são afinal as regalias dos associados? Juvenal Campos diz que a principal regalia é no dia em que precisar do auxílio dos bombeiros, poder contar com uma corporação que responde com prontidão, eficácia e eficiência. Todo o valor recebido dos associados é investido na emergência. Depois há ainda um conjunto de vantagens, como, transporte para unidades hospitalares dentro do concelho, são gratuitas, para fora do concelho só paga 50%, serviço de abertura de portas têm 20% de desconto. Estas são os principais benefícios. Mas agora acrescento eu, um outro, que é o gosto e o prazer que sentimos ao saber que estamos a ajudar uma instituição de referência e que esta ajuda vai chegar não só aos bombeiros, mas à população.

SER BOMBEIRO
Convém lembrar que a idade máxima para poder entrar para bombeiro, são os 45 anos, sendo que ainda até há pouco tempo eram 35.

Estão abertas as inscrições para bombeiros estagiários e cadetes. Cadetes: Os interessados devem ter 17 anos de idade e passar pelo quartel para proceder à sua inscrição. Estagiários: Idades compreendidas entre os 17 e os 45 anos de idade e o 9º ano de escolaridade.

“TENHO UM SONHO”
Mais uma vez categórico, o comandante Juvenal Campos logo atirou: “Sonho com a criação de uma EIP – Equipa Intervenção Permanente.

E o que é isso, logo o questionei. “É uma Equipa composta por 5 assalariados, disponíveis em horário laboral, para a emergência. O Estado está disponível para custear em 50% dos custos e os restantes 50% ficariam a cargo do Município, cuja decisão aguardamos, até porque há muitos outros municípios que já o assumiram com as suas corporações”.

E mais se o Município de Esposende pretende, como afirma, e muito bem, ser um concelho virado para o turismo e com uma forte componente industrial têm mesmo que ter Bombeiros com uma EIP, caso contrário, continuaremos com uma lacuna.

Juvenal Campos lembra, a este propósito que o Município assumiu em parceria com o Ministério da Agricultura, os custos da Equipa de Sapadores [a Equipa do jipe amarelo, digo eu, para melhor o identificar], e muito bem.

Há ainda um conjunto de outras necessidades não menos importantes e que passo a enumerar: Os EPI’s URBANOS. Precisam urgente de EPI’s urbanos e industriais. No ano passado a Câmara forneceu EPI’s florestais, agora faltam os urbanos.

Obras no quartel, que alias já estão a ser equacionadas com a Câmara Municipal e para as quais conta com ajuda. O quartel já vai com 29 anos e necessita de obras, tais como; Adaptação para o “corpo feminino” e ainda bem, digo eu, porque é sinal que já temos “bombeiras”, a substituição da caixilharia exterior, a instalação de novas fontes de energia, como painéis solares ou outros, e ainda algumas, pequenas remodelações e renovação de alguns equipamentos.


BANDA DE MÚSICA DE ANTAS
BANDA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE ESPOSENDE. Com a conversa já bem longa, ainda pedi que me esclarecesse, qual a relação que existe entre os Bombeiros e a Banda de Antas, especialmente pela utilização do seu nome. “Aquando da fundação da Banda, esta, para agilizar o processo e para ter o mínimo possível de custos acabou por utilizar os estatutos dos bombeiros, sendo daí que nasce o nome da Banda. De qualquer forma a Banda de Antas tem órgãos próprios e total independência, apenas existe uma parceria em que se complementam e trocam serviços, com mais-valias para os associados de ambas”. A este respeito envio daqui um abraço ao jovem Maestro Diogo Costa, pelo seu excelente percurso e pela superior qualidade da Banda que dirige. Um dia destes estarei à conversa com este jovem de excelência.

OBRIGADO, COMANDANTE!
A terminar, Juvenal Campos ainda referiu que “noutros tempos os bombeiros beneficiavam de um estatuto social que lhes proporcionava efetivas regalias, regalias essas que foram retiradas na sua maior parte, ao longo dos últimos anos”. Hoje, tanto o comandante como muitos outros bombeiros sentem que pagam para ser bombeiros. É triste, acrescento eu.

Portanto aqui fica a dica à atenção do Governo, que deve olhar para os bombeiros, os voluntários e os do quadro, com especial atenção, tanto pelos riscos que diariamente correm, como pela missão altruísta que desenvolvem.

Caro Amigo, Comandante Juvenal Campos, muito obrigado por tudo que tem feito pela instituição e pela comunidade esposendense. As maiores felicidades para toda a instituição; Órgãos sociais, comando, bombeiros e pessoal administrativo.

NOTA FNAL: Várias pessoas teceram elogios à conversa com o mestre Fernando Rosário, mas também me sugeriram que não deixasse as análises semanais aos temas da atualidade local e nacional. Não deixarei. Acontece que há um conjunto de personalidades esposendenses de relevo com quem pretendo conversar, para trazer a público histórias bem originais e interessantes.

Mário Fernandes;
28-03-2015


domingo, 29 de março de 2015

«ATLANTIC COST ORCHESTRA» ESTREOU-SE NO AUDITÓRIO MUNICIPAL DE ESPOSENDE



Auditório Municipal de Esposende, recebeu esta noite, repleto, a estreia da «Atlantic Cost Orchestra». Um espetáculo ao melhor nível. Memorável. Esposende merece.


   





Excelente. Valeu a pena. Esposende merece.

MF


sábado, 28 de março de 2015

JOVENS DE CURVOS REALIZARAM A VIA SACRA



Os jovens e a catequese de Curvos realizaram este sábado de tarde a Via Sacra. A mesma teve inicio pelas 7 horas no campo de futebol de Curvos e terminou na igreja paroquial, com a eucaristia. A presidir esteve o curvense P.e Mário Rodrigues. A encenação a cargo das crianças e adolescentes esteve magnífica. Estão de parabéns as crianças e os jovens de Curvos.




 





Diferente do habitual e com uma encenação muito bonita. Parabéns aos Jovens e a toda a comunidade.

MF


sexta-feira, 27 de março de 2015

À CONVERSA COM O COMANDANTE... JUVENAL CAMPOS!



No quartel dos Bombeiros Voluntários de Esposende, com o comandante Juvenal Campos, em mais uma conversa informar, onde descobri bonitas histórias que conto na edição de amanhã do Jornal Notícias de Esposende.

Não podia faltar uma «selfie» para registar o momento.




Obrigado comandante Juvenal Campos, pela simpatia com que me recebeu e as minhas felicitações pela excelência do seu trabalho e pelos relevantes serviços à comunidade.

Conversa completa a ler na edição em papel, nas bancas amanhã - dia 28 de março de 2015, no Jornal Notícias de Esposende.


Mais uma crónica a não perder.

MF


terça-feira, 24 de março de 2015

CRONICA DESTA SEMANA NO JORNAL NOTÍCIAS DE ESPOSENDE «À CONVERSA COM O MESTRE FERNANDO ROSÁRIO»





MESTRE FERNANDO ROSÁRIO NA GALERIA DOS MELHORES RETRATISTAS DA ATUALIDADE

Tive o prazer de ser recebido esta semana pelo ilustre esposendense, o retratista Fernando Rosário, no seu atelier. Já conheço o Mestre Fernando Rosário há mais de 30 anos, pois trabalhei durante um certo período de tempo, mesmo em frente ao seu atelier e várias vezes fomos falando e trocando impressões, o que me permitiu acompanhar, desde aí, o seu fantástico percurso.

Pessoa simples e afável, de trato fino e com uma cultura singular, recebeu-me com a sua tradicional simpatia no seu novo atelier, com uma alegria contagiante, só possível porque se nota que é alguém que ama aquilo que faz e que sente um enorme prazer e orgulho ao falar da arte que tão bem domina e ao mostrar uma parte da sua coleção ali exposta.

Fernando da Silva Rosário nasceu na freguesia de Esposende a 30 de Janeiro de 1950. É o quarto de doze filhos, de Joaquim do Rosário e de Eva Gonçalves Ferreira da Silva.

Desta conversa com o mestre Fernando Rosário pretendo que resulte, não uma vulgar entrevista, porque já muitas foram feitas e transcritas, mas uma conversa informal, de onde sobressaem histórias e passagens da sua vida, bem originais, algumas, talvez nunca contadas, ou pelo menos desconhecidas do domínio público. Foram momentos memoráveis e de uma grande riqueza cultural e artística.

Pretendo assim dar a conhecer o lado mais particular e intimista deste esposendense, que ficará para a história, disso estou absolutamente certo, como um dos maiores retratistas de todos os tempos.

O seu dom leva a arte á excelência e essa é reconhecida bem para além dos limites do nosso concelho, da nossa região e do nosso país. Fernando Rosário tem nome para além das nossas fronteiras, tendo obras suas espalhadas pelos quatro cantos do mundo e em locais bem importantes.

Este seu dom, cedo se manifestou, tendo começado a dar as suas primeiras pinceladas com tenra idade. Recorda os pincéis, já meio gastos, muito roçados e as tintas usadas, que a D. Helena de Goios, empregada do Mestre Medina lhe trazia e com os quais ia fazendo as suas primeiras pinturas. Fernando Rosário pintava e na volta a D. Helena ia levando os seus desenhos e pinturas ao Mestre Henrique Medina e ele lá lhe ia dizendo, “o rapaz tem jeito”, e acrescentava ainda, “vai ter futuro na pintura”. Claro está que a senhora, na “pele” de intermediária, trazia a mensagem ao Fernando Rosário que assim se sentia muito lisonjeado. E não era para menos. Ser elogiado, por tão ilustre pintor não era para qualquer um.

Na escola primária logo se distinguiu, pelas suas qualidades artísticas inatas, recordando a sua grande inspiração, que eram as imagens religiosas dos quadros que decoravam a sua casa, passando muito tempo a memorizar e a tentar reproduzir cada um deles até à perfeição e as inúmeras vezes em que, em vez de fazer as cópias e as redações que os professores mandavam fazer como trabalho para casa, substituir cada um deles por pequenos desenhos, alguns em banda desenhada, que eram forte motivo de admiração dos colegas e amigos. Os professores, esses, viam no Fernando um talento a perder-se, talvez pelas dificuldades da família em mandá-lo estudar artes.

Começou a trabalhar bem novo, numa tipografia em Esposende. Frequentou o Curso Comercial em Viana do Castelo. Pelos 15 anos vai para Braga, onde frequenta na Escola Carlos Amarante, o Curso Noturno de Desenho e em simultâneo trabalha numa Litografia como desenhador. Ao longo do tempo experimentou outras profissões, integrou o serviço militar obrigatório e cumpriu comissão de serviço em Timor, entre 1972 e 1974. Também ai se destacou. Conviveu de muito perto com Ramos Horta e participou em inúmeros concursos, tendo vencido vários prémios, como, os rótulos das garrafas de cerveja, e vários cartazes turísticos de Timor, de entre outros.

Cumprido o serviço militar, voltou à sua terra natal, tendo contraído família. No seu já longo percurso, houve um período em que optou por trabalhar em fotografia, tendo esta opção a ver com uma questão de sobrevivência. Complementou a pintura com a fotografia. Esteve em Marinhas, em frente à Igreja e depois mudou-se para a Rua Custódio José Vilas Boas, em Esposende.

“A PINTURA É A MINHA VOCAÇÃO”

Por volta de 1980 assume a pintura quase a tempo inteiro e a partir de 1986 dedica-se também ao estudo e ao restauro de óleos sobre tela. Desde 1992 que abriu Atelier de pintura em Esposende e se assume como Pintor a tempo inteiro: “quis ser pintor e consegui, esta é a minha vocação”. Das técnicas que domina destaque para a caricatura, a aguarela, o carvão, o pergaminho iluminado e o óleo sobre madeira, platex ou tela.

Para o Mestre Rosário a arte “nasce de um impulso criativo interior o que faz com que cresça uma necessidade de investimento pessoal na formação. Sempre procurou o realismo e a perfeição. A sua técnica é vulgarmente designada de “linha perene”, onde sobressai um puro realismo.

Como principais “clientes” destinatários das suas obras, salientam-se as Universidades e as Dioceses. Só para a Faculdade de Letras e Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, o pintor já realizou mais de 100 obras. Diocese de Braga; restauro da Sé, do Museu e do Paço episcopal, e outras dioceses. Paróquias. Igreja Matriz de Barcelos; Igreja do Sr. da Cruz, restauro da pintura dos murais; Igreja Matriz de Esposende e Igreja da Misericórdia de Esposende; Misericórdia de Lisboa e outras Misericórdias.

Na Câmara Municipal de Esposende apenas tem uma aguarela do Largo da Câmara, ainda do tempo do presidente Eng.º Losa Faria; Ofereceu 2 importantes obras à Igreja da Misericórdia de Esposende, a “Adoração” e o “Rosto de Cristo”.

Num concurso lançado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, foi o vencedor, num universo de mais de 6o retratistas a concurso.

O atual atelier situa-se na Rua Rodrigues de Faria e tem vista para o Cávado, uma dos seus locais de eleição e uma das principais fontes de inspiração. Os pescadores, homens do mar e do rio, as traineiras, as redes, as lavadeiras, o Cávado, o salva Vidas, o Farol e o Forte São João Batista.

OS MESTRES HENRIQUE MEDINA E FERNANDO ROSÁRIO

Desde cedo começou a admirar o mestre Henrique Medina. Lembra-se de passar regularmente perto do monumento a Medina, em que aquele tem a palete na mão, e pensar, só queria um dia pintar como este pintor.

Contou-me uma pequena “história”. Num determinado momento, para sua grande surpresa, ter-lhe-á chegado um pedido para receber no seu atelier o mestre e seu ídolo, Henrique Medida. A sua resposta foi pronta e afirmativa, o que acabou por aconteceu por várias vezes no seu atelier de fotografia e pintura, no lugar da Igreja em Marinhas.

Depois disso, nasceu um relacionamento de amizade e grande respeito, com idas do Fernando Rosário até Goios, à casa do Mestre Medina. Aqui há uma curiosidade. Henrique Medina, apesar dos pedidos de Fernando Rosário, nunca lhe terá mostrado o seu atelier. A casa sim, o atelier nunca lhe terá sido mostrado. Mostrava-se muito reservado. Chegou a interrogar Fernando Rosário, a cerca de como é que conseguia dar brilho e outros efeitos. Segundo Fernando Rosário isto dever-se-á ao facto de terem aparecido novos materiais, já utilizados nos trabalhos de Fernando Rosário.

CONDECORADO PELO MUNICÍPIO DE ESPOSENDE

No ano de 2008 foi condecorado com a MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL DO MUNICÍPIO DE ESPOSENDE. A Câmara Municipal de Esposende, aquando das comemorações do centenário do Museu de Esposende, editou um pequeno, mas importante catálogo intitulado «Fernando Rosário – Esposende – Pintura 1970-2010», em homenagem ao mestre Fernando Rosário. Um catálogo com algumas obras emblemáticas do pintor, com especial dedicação às gentes de Esposende e homens do Mar.

Fernando do Rosário já realizou várias exposições, de norte a sul do país. Em fevereiro de 2012, deslocou-se ao Vaticano, para ser recebido por Sua Santidade o Papa Bento XVI na Basílica de São Pedro, onde procedeu à entrega a Sua Santidade de uma paleta com o retrato do Papa pintado a óleo aquando da sua visita a Portugal, tendo como cenário de fundo nessa pintura o Santuário de Fátima. É com orgulho e um brilhozinho nos olhos que mostra a inúmera correspondência recebida por “altas” personalidades nacionais a agradecer-lhe e a louvor a superior qualidade das suas obras, únicas e inigualáveis.

A terminar a nossa conversa ainda me contou que gostava de ver a sua coleção exposta e disponível para ser visitada por todos: Esposendenses, turistas e visitantes e que para tal está totalmente disponível para fazer uma parceira com a Câmara Municipal de Esposende.

Acho que, olhando à disponibilidade de Fernando Rosário, a Câmara Municipal de Esposende não pode perder uma oportunidade destas para realizar uma parceria com um Esposendense que não é nada mais, nem nada menos, do que um dos melhores retratistas do mundo, na atualidade.

Aproveito para informar os leitores que a obra que o mestre Fernando está neste momento a concluir é um retrato do Dr. Juvenal Silva. Está com um realismo que é qualquer coisa de fantástico.

Obrigado mestre Fernando Rosário. Obrigado por ser meu amigo e pela amabilidade, simpatia e deferência com que sempre me trata e me recebeu no seu atelier. De referir que já há algum tempo que andava para fazer esta visita e que a mesma aconteceu sem sequer estar agendada. Apareci, bati à porta e foi só entrar. Especialmente grato pelo livro que me ofereceu e pela dedicatória.

Felicito-o acima de tudo, pela forma apaixonada como pinta e retrata, e por levar bem longe o bom nome de Esposende. O Sr. Fernando está a fazer história e a deixar as suas obras por todo o mundo. É de homens e mulheres com esta fibra que Esposende se distingue e se afirma, como terra de gente com grande valor, de artistas nas mais variadas áreas, desde a cultura, o desporto, a escrita e a pintura.

O meu bem-haja e as maiores felicidades.

Mário Fernandes;
21-03-2015



domingo, 22 de março de 2015

BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE ESPOSENDE CELEBRAM O SEU 124º ANIVERSÁRIO



Nos 124º Aniversário dos «Bombeiros Voluntários de Esposende». Um dia repleto de atividades. As minhas felicitações a esta distinta instituição esposendense. Bem-haja, pelo Vosso meritório trabalho em prol das comunidades.

MF


sábado, 21 de março de 2015

À CONVERSA COM O... MESTRE FERNANDO ROSÁRIO



Com o mestre Fernando Rosário, numa conversa muito informar, onde descobri bonitas histórias que conto na edição de amanhã do Jornal Notícias de Esposende.

Um obrigado muito especial ao meu amigo, Fernando Rosário, o melhor retratista da atualidade. Não podia faltar uma «selfie» para registar o momento.



Uma crónica a não perder.








Obrigado Sr. Fernando Rosário pela amabilidade com que me recebeu e as minhas felicitações pela excelência do seu trabalho e por levar o bom nome de Esposende aos quatro cantos do mundo.

Conversa completa a ler na edição de hoje - 21 de março de 2015, do Jornal Notícias de Esposende.

MF


sexta-feira, 20 de março de 2015

CRÓNICA SEMANAL NO NOTÍCIAS DE ESPOSENDE - 14.03.2015




SEXAGÉSIMA… CRÓNICA

Depois de um pequeno balanço que aqui fiz, aquando da 30ª crónica, eis-me chegado à 60ª. Um ano e dois meses de crónicas semanais, ininterruptas, ao sábado, no Jornal Notícias de Esposende.

São milhares de carateres e de palavras. Têm sido muitos os temos que aqui tenho abordado, desde o mais simples ao mais rebuscado, do mais fácil e acessível ao mais complexo. Pensamentos, reflexões, análises, críticas, sugestões e propostas. De tudo tenho trazido um pouco. Se numas agrado a uns e desagrado a outros, noutras, posso parecer contra este ou aquele, mas aquilo que faço é tão-somente apontar caminhos e dar a conhecer aquilo que penso e que gostava de ver concretizado. Não pretendo fazer nenhum outro balanço, até porque o único balanço que me importa é aquele que, semanalmente, é feito pelos meus leitores, sejam aqueles que são mais fiéis, sejam os que, esporadicamente, me leem.

Num Concelho relativamente pequeno como o meu/nosso, de Esposende, não é fácil manter um espaço de escrita semanal e regular sem me repetir e sem abordar a atuação política dos intervenientes ativos e as consequências da sua ação ou inação para o desenvolvimento de Esposende. Vale o facto de termos o privilégio de pertencer a um Concelho que possui um conjunto de instituições muito ativas e dinâmicas, que desenvolvem atividades e projetos que dão vida ao Concelho, fomentando a vivência social. Vale também o país, a Europa e um mundo em constante mutação, tanto pela diversidade de temas, como pela atuação dos protagonistas que lideram governos e instituições.

POR TERRAS DE MAR
                                                                     
Por cá, vivemos uma semana em que o “pós-visita” do Sr. Presidente da República se manteve na ordem do dia. Opiniões, há-as para todos os gostos e em todas as direções: é porque veio; é porque não veio fazer nada; é porque devia ter ido à sede do município e aos paços do concelho [aqui também eu me incluo]; outros há ainda que acham que esteve tudo bem, que foi bonito.

Se calhar nem 8 nem 80. Veio e ponto final. Já está. Para além dos comentários que fiz na crónica da semana passada, acho que a visita valeu a pena. Só tenho a lamentar a restrição do acesso às populações, em especial às gentes de Mar. Deviam ter permitido a passagem a pessoas pela rua – na avenida principal até ao largo com o cruzeiro agora requalificado. Aí chegadas, devia haver algum controlo, como é natural; devia ter funcionado a ordem natural, ou seja, tinha lugar quem fosse chegando em primeiro lugar. Os que não coubessem assistiam através dos ecrãs instalados à volta. Bem sei que, como em tudo, falar é bem mais fácil que organizar ou fazer e que a segurança da comitiva presidencial parece bem apertada e até algo exagerada. Sabendo que toda a logística da visita terá estado a cargo ou sob a responsabilidade dos serviços da presidência, não me parece que devam ser dirigidas à Câmara Municipal todas as responsabilidades pelas tão criticadas, e muito bem criticadas, restrições no acesso ao local.

Aguarde-se. Lá para o final do ano e na próxima campanha eleitoral para a presidência, certamente teremos por cá candidatos a passar pela «Malafaia», pela «Zende», pelo «Bem-Estar» ou por qualquer outro espaço de acolhimento com “comes e bebes” e bailaricos. Aí os candidatos andam no meio do povo e gostam de ver as bandeirinhas a abanar lá bem no alto. A caça ao voto a isso obriga.

PARLAMENTO À VOLTA COM AS CONTRIBUIÇÕES DO PM

O debate quinzenal com o Primeiro-Ministro, na Assembleia da República, realizado esta quarta-feira, limitou-se a andar à volta da situação contributiva do Primeiro-Ministro; dívidas, falhas, atrasos, esquecimentos, desconhecimento, retificações e tudo o mais. Por favor, deixem-se de casos e casinhos e cumpram a missão para a qual foram eleitos. Estão aí em representação das portuguesas e dos portugueses que, com o voto, lhes confiaram a missão de olhar por Portugal, pelo seu desenvolvimento e pelo bem-estar coletivo da população.

PASSOS EM CONTRAPASSO

Este caso, que tem dominado o debate político, com tomada de posição do próprio Presidente da República. Ficamos todos a perceber que, ao contrário do que afirmam os cartazes do Bloco de Esquerda, recentemente instalados por todo o país [em Esposende também há um, na rotunda da “Solidal”], o Dr. PC, acusado de governar ainda mais à Alemã do que a própria Sr.ª Ângela, afinal, é bem português. E é português com tudo que isso pode significar: qualidades e defeitos. Estas duas últimas semanas foram muito ricas em casos de… esquecimentos, por parte de figuras públicas, de diversas áreas e responsabilidades. Segurança social, finanças, BES, GES, PT, enfim. Afinal [quase] todos falham. O mesmo PM que mais aumentou a carga fiscal, que mais apertou e esmifrou os portugueses, que tornou a máquina fiscal um autêntico “homem do fraque”, que hipoteca e penhora tudo e todos, acha normal não ter ele próprio cumprido com as suas obrigações. Acho que faltou ao Sr. PM alguma humildade. Podia ter resolvido estas questões de uma forma simples, arrumando de vez o assunto. Bastava ter proferido a seguinte frase: pelas minhas falhas, que também as tive, peço desculpa aos portugueses. Afinal o cidadão im…perfeito, aquele que em tempos afirmou ser de uma geração que honra os seus compromissos e paga o que deve, também sofre de amnésia. Com esta, aproveito para trazer aqui uma afirmação que um conhecido meu vai proferindo em situações adversas e em momentos vários, para justificar eventuais falhas ou esquecimentos. Diz ele: TODA A GENTE CUMPRE… PODENDO! Ora aí está!

PORTUGAL PRECISA DE LÍDERES COM SENTIDO DE ESTADO E ESPÍRITO DE MISSÃO

O que em Portugal precisamos é de pessoas com propostas e projetos que potenciem o desenvolvimento do país e que contribuam para o bem-estar social e para a felicidade dos cidadãos.
Precisamos de quem se disponibilize para as funções da governação, mas que reúna caraterísticas, como: fale verdade, apresente propostas credíveis e projetos exequíveis e, ainda, que nos garanta que não se vai desculpar com o passado, com anteriores governações, com o desconhecimento do estado do país ou das contas públicas ou com a UE, com qualquer Troika ou grupo de Bruxelas.
Se esta pré-campanha para as legislativas não elevar o nível e tratar do que efetivamente interessa e a todos nos preocupa, depois, não se admirem com o crescente número de portugueses abstencionistas.

PORTUGAL DESREGULADO

Alguém me explica como é possível, num país dito civilizado, como o nosso, depois de tanta agitação, tanta trapalhada, tantos “desvios” e tanto descrédito na Banca portuguesa, ainda não ter havido nenhuma demissão nas entidades reguladoras: Banco de Portugal e Comissão de Mercados, etc., etc., etc.?

Como é possível não haver ninguém que assuma as suas responsabilidades? SERÁ QUE A REGULAÇÃO E A FISCALIZAÇÃO FUNCIONARAM EM PLENO? Bem, se funcionaram e, mesmo assim, tivemos grandes Bancos a falir e a deixar milhares de pessoas prejudicadas, ainda sem reaverem o dinheiro depositado, o que teria sido se não tivesse funcionado? Por isso, só posso deixar aqui o meu muito obrigado às entidades reguladoras, por tão exemplar trabalho. E aproveito para estender este elogio a outras entidades reguladoras, como a dos combustíveis, pois basta viajar numa qualquer autoestrada, e mesmo noutras estradas, para verificar que não existe qualquer cartelização de preços. Nem na energia, nem em muitas outras áreas que o Governo privatizou, ficando apenas com as funções de regulação e de fiscalização.

ESPOSENDENSE RICARDO BRAGA APRESENTOU O SEU 1º LIVRO DE POESIA

Mais um jovem a entrar na galeria de jovens esposendenses de excelência. Foi no passado sábado, na Casa da Juventude, em Esposende, com casa cheia, que o jovem Ricardo Braga apresentou o seu primeiro livro de poesia intitulado "O Espaço do Ser". Parabéns, Ricardo Braga, pela forma como escreves e pela coragem de, tão cedo e desde já, passares a escrito os teus belos poemas.

14-03-2015
MF